terça-feira, 1 de julho de 2014

Uma introdução à dieta do paleolítico



A nossa composição genética, formada através de milhões de anos de evolução, determina as nossas necessidades em termos nutricionais e de padrões de atividade física.
Ora, até há 500 gerações atrás, todos os seres humanos consumiam apenas comida selvagem e não transformada perseguida e caçada no seu meio ambiente. Estas circunstâncias criavam uma dieta rica em proteínas magras, gorduras polinsaturadas (especialmente ácidos gordos ómega-3), gorduras monoinsaturadas, fibras, vitaminas, minerais, antioxidantes e outros fitoquímicos benéficos.
Os estudos históricos e antropológicos mostram os caçadores-recolectores como sendo geralmente saudáveis, em boa forma física, e em grande parte livres de doenças cardiovasculares degenerativas comuns da sociedade moderna.
Evidências científicas sugerem uma relação entre a dieta e estilo de vida modernos com o aparecimento de epidemias de obesidade, hipertensão, diabetes e doença cardiovascular aterosclerótica, o que torna este tema tão interessante!


O que comer e o que evitar?

Não existe um único tipo de dieta paleolítica; o homem primitivo alimentava-se do que tinha ao seu dispor - dependendo da região considerada recorriam à pesca (no litoral), à caça, ao consumo de vegetais, frutas silvestres, raízes, insetos e larvas.
O que é regra nestas dietas é a ausência de produtos refinados, de alimentos processados e de grãos cereais e este constitui o princípio básico da dieta paleolítica.
A boa notícia é que já existem meios de adaptar uma dieta paleo ao mundo atual, não necessariamente recorrendo à ingestão de larvas!!! :D
Basicamente, a primeira coisa a fazer é o reconhecimento dos alimentos que devemos ingerir e que devemos evitar. A pirâmide dos alimentos tradicional estará, neste conceito, completamente descontextualizada. Nesta dieta não se contam calorias, seria muito redutor, dado que as calorias vêm de diferentes nutrientes, que desempenham funções bioquímicas distintas no nosso organismo. A quantidade é regulada pela nossa sensação de fome e de saciedade, ou seja, devemos comer até estarmos satisfeitos e apenas quando sentirmos fome.  
Muito importante: comer comida de verdade e abolir os produtos industrializados, processados, alterados, transformados que só trazem malefícios à nossa saúde!!


O que devemos Evitar: açúcar, margarinas ou cremes vegetais para barrar (foram transformados para ficarem sólidos à temperatura ambiente), cerveja, cereais e todos os alimentos feitos a partir deles tais como  pão, massas, arroz e batatas e evitar  especialmente os derivados de trigo. Os laticíneos também são de evitar. No entanto, os produtos fermentados tais como queijo, iogurtes naturais com gordura e coalhada, podem ser consumidos, assim como as natas e a manteiga, exceto, claro está, para os intolerantes. O álcool deve ser consumido com moderação.

Alguns benefícios da dieta paleo:

Após iniciar a dieta paleo, um dos primeiros sintomas é a melhoria da qualidade do sono e um aumento dos níveis de energia ao longo do dia.
Estudos comprovam que com o seguimento desta dieta, verifica-se ainda:
- Redução do risco de diabetes tipo 2, doença cardíaca e doenças degenerativas crónicas;
- Perda peso (caso esteja acima do peso ideal);
- Melhoria da performance;
- Progressão lenta ou retrocesso de uma doença auto-imune;
- Aumento da líbido.

Fontes de informação consultadas:
O’Keefe, J. H., & Cordain, L. (2004). Cardiovascular disease resulting from a diet and lifestyle at odds with our Paleolithic genome: how to become a 21st-century hunter-gatherer. Mayo Clinic Proceedings, 79(1), 101–8. doi:10.4065/79.1.101

Eaton, S. B., Konner, M. J., & Cordain, L. (2010). Diet-dependent acid load, Paleolithic [corrected] nutrition, and evolutionary health promotion. The American Journal of Clinical Nutrition, 91(2), 295–7. doi:10.3945/ajcn.2009.29058

Osterdahl, M., Kocturk, T., Koochek, a, & Wändell, P. E. (2008). Effects of a short-term intervention with a paleolithic diet in healthy volunteers. European Journal of Clinical Nutrition, 62(5), 682–5. doi:10.1038/sj.ejcn.1602790



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