sábado, 20 de setembro de 2014

Banana Verde e Banana Madura - qual a diferença afinal?

A banana contém 3 açúcares naturais: sacarose (um dissacarídeo, formado por 1 molécula de glicose e outra de frutose), glicose e frutose (monossacarídeos presente na maioria das frutas), combinados com fibra. No entanto, dependendo do seu grau de amadurecimento, ela vai apresentar teores diferentes destes carboidratos. Para tirar melhor proveito deste fruto, esta informação vai concerteza ajudar a escolher o tipo de banana e a melhor altura para a consumir.

Banana Verde

Quando verdes, o seu sabor é adstringente e intragável pois, antes da maturação, as bananas compõem-se basicamente de  amido e água.


Nem todo o amido é igual! O amido presente na banana verde é o amido resistente, quer isto dizer, um amido que simplesmente não é digerido, promovendo sensação de saciedade aquando o seu consumo e sendo nulo o seu impacto na glicemia. Adquire portanto o comportamento de uma fibra alimentar, no sentido de que não temos enzimas capazes de o digerir. Porém, as bactérias existentes no intestino grosso (cólon) têm! O que é interessante salientar é que o amido resistente tem a capacidade de alimentar seletivamente a flora intestinal, isto é, ele vai ser digerido apenas pela flora bacteriana do bem (flora bacteriana anti-inflamatória; lembrando que a obesidade é também um estado inflamatório), ao contrário do que se verifica com o amido proveniente das farinhas, que por ser digerível, é convertio em glicose, estimulando uma flora altamente inflamatória, indutora de síndrome metabólica e obesidade.

Por não ter impacto na glicemia, o amido resistente é uma excelente opção para os diabéticos, pessoas com resistência à insulina ou para quem segue dietas low carb, promovendo assim saúde e qualidade de vida. O amido resistente encontra-se além da banana verde, na batata, fécula de batata, na batata doce e quase todos os alimentos contendo amido, desde que esfriados depois de cozinhados. Isto porque o arrefecimento faz com que as moléculas que compõem o amido (amilose e amilopectina) sofram um rearranjo estrutural que dificultam a ação enzimática. Mesmo que o alimento volte a ser aquecido, este rearranjo não é perdido, preservando-se as propriedades deste tipo de amido. 

Banana Madura

Uma das mudanças bioquímicas mais acentuadas que ocorre durante o amadurecimento da banana é a hidrólise do amido (quebra da molécula em subunidades menores), em açúcares, tornando-a, desta forma, com um índice glicémico elevado.




Aproximadamente 20-25% do peso fresco da polpa do fruto verde é amido que, durante o amadurecimento é praticamente todo hidrolisado, permanecendo apenas 1-2% no fruto completamente maduro.
Inversamente proporcional temos os açúcares, que estão em quantidades entre 1-2% do peso fresco da polpa do fruto verde e aumentam para 15-20% no fruto maduro.

É interessante o seu uso, por exemplo num pós-treino, permitindo uma rápida reposição do glicogénio perdido durante o exercício e consequentemente uma recuperação mais eficaz, ou até durante um treino, dependendo do tipo de treino e da duração do mesmo e das condições de digestibilidade por parte do atleta.
Além de açúcar a banana é rica em vitamina B6 e potássio, importantes na regulação da contração muscular e equilíbrio hídrico durante o exercício e são uma fonte rica de triptofano (aminoácido percursor da serotonina, um neurotransmissor importante na regulação do sono, do humor e promotor da sensação de bem-estar).


Fontes consultadas:

MOTA, R.V. e outros, Composição em carboidratos de alguns cultivares de banana (Musa spp.) durante o amadurecimento. Campinas 1997. Disponível em: "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611997000200005"

Souto, Carlos . Flora Intestinal 3 - Amido Resistente - parte 1 oa fatos. São Paulo. 2 de Março 2014. Disponível em: "http://www.lowcarb-paleo.com.br/2014/03/flora-intestinal-3-amido-resistente.html"

Rodrigues, Tânica. Banana para o esportista. 19 de Abril de 2010. Disponível em: "http://www.multiesportes.com.br/?p=384"

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sono depois do almoço zzZZZzzzzZZz

Quem nunca sentiu aquela moleza depois de almoço... que só apetece encostar num sofá e aterrar por uns momentos tal é o sono! 
Os espanhois é que sabem...dormem a sesta depois de almoço e ficam logo frescos que nem uma alface!



Pois é, fisiologicamente não há nada de errado com isso, é mesmo assim! É o nosso corpo a dizer, calma e deixa-me trabalhar, que tenho uma digestão para fazer sim? Quando estamos a fazer a digestão no estômago (uma parte) e no intestino delgado (a maior parte), mobiliza-se um maior fluxo sanguíneo para essa região, o que faz com que o cérebro e os músculos fiquem menos oxigenados, e ficamos assim num estado mais ZEN ahahah... É por isso também que no horário escolar, não há aulas de educação física (ou não deveria haver) logo após o período de almoço, pois isso poderia resultar numa paragem de digestão e também porque os músculos não vão estar nesse momento com condições ideais de realizarem esforço físico.

O corpo humano tem um mecanismo próprio, através do qual, a química cerebral cria um estado de alerta quando o corpo necessita de energia. Esta é também a explicação para não conseguirmos adormecer quando estamos com fome!
Mas quando a fome é saciada, o açúcar (mais propriamente a glicose, resultante da digestão dos alimentos) faz com que se envie ao cérebro a mensagem de saciedade, havendo interrupção desse estado de alerta e aí o sono vem... :D

As dietas low carb (baixas m carboidratos) ajudam a minimizar este efeito! Por isso...TOCA A ACORDAAAARRRR que daqui a pouco é noite!!! :D :D :D